Necessária solidão

"É na solidão, onde cada um está entregue a si mesmo, que se mostra o que se tem em si mesmo.Nela, sob a púrpura, o simplório suspira, carregando o fardo irremovível da sua mísera individualidade, enquanto o mais talentoso povoa e vivifica com os seus pensamentos o ambiente mais ermo." Arthur Schopenhauer

domingo, dezembro 17, 2006

O tempo...



"O tempo, meu amigo, me assusta

Porque ele, vem de braços dados

Com a vida que passa tão sôfrega

Anunciando, sem cerimônia,

Que tudo que inicia termina.


O tempo, meu amigo, me apavora

Porque ele, em passos bem largos

Avisa que como a vida, sua irmã,

Não gosta de olhar para trás

Não pára, jamais desanima.


O tempo, meu amigo, me espreita

Porque ele, onipresente que é

Percebe que tento esquece-lo

Mas sei que isso é impossível

Não dá pra parar numa esquina.


O tempo, meu amigo, me condena

Porque ele, ditando suas regras

Tornando finito os meus sonhos

Me mata cada dia um pouco

Me despreza e então me elimina.


O tempo, meu amigo, me enlouquece

Porque ele, ironicamente me mostra

Que tem por companhia o destino

E, juntos, me pregam uma peça

Como se eu carregasse uma sina."

1 Comments:

Anonymous Divina Márcia said...

Belíssimo poema.

12:25 AM  

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