Necessária solidão

"É na solidão, onde cada um está entregue a si mesmo, que se mostra o que se tem em si mesmo.Nela, sob a púrpura, o simplório suspira, carregando o fardo irremovível da sua mísera individualidade, enquanto o mais talentoso povoa e vivifica com os seus pensamentos o ambiente mais ermo." Arthur Schopenhauer

quarta-feira, janeiro 25, 2017


Amizades acabam por causa de política? (*)

Ou acabam porque percebemos que algumas pessoas não são quem pensávamos que eram?
Eu sou daquele tipo de pessoas cujas mãos começam a coçar, cuja língua tenta fugir de dentro da boca, cujo peito não lida nada bem com silêncio. 

Não apenas em época de eleições, mas sempre que algum tema relevante - acerca do qual eu tenha opinião formada - vem à tona.Sou daqueles chatos que vai estudar, vai ler 20 reportagens de veículos de comunicação diferentes e depois conversa com 8 amigos, 5 parentes e 3 desconhecidos de opiniões diversas sobre esses assuntos polêmicos, tentando embasar o que pensa.
Pertenço a uma espécie que sofre: a que julga que silenciar é compactuar com o que está acontecendo, independente de sua posição política. Por isso nós nos manifestamos, discutimos, nos chateamos, chateamos os outros e nos desiludimos com o mundo.

Não tenho dúvidas de que a minha vida seria mais fácil se eu me interessasse apenas sobre times de futebol e campeonato brasileiro.Mas, enfim, cada um sente o que sente, cada um luta por suas razões.Mas em meio a tantas razões e tantos sentimentos, começam os embates. Opiniões divergentes, respostas ácidas, questionamentos, provocações. Pessoas queridas nos frustram, pessoas às quais somos indiferentes mostram-se necessárias. Arame farpado, rosas cheias de espinhos. E surge a polêmica pergunta: vai deixar que a amizade de vocês acabe por política?

Não. As amizades não acabam por política. Amizade de verdade, com gente boa, não acaba por pensarmos igual, muito menos por pensarmos diferente. Isso nunca. Não se rompe amizade por causa do número da legenda partidária, nem por visões distintas da economia, nem por prioridades políticas diferentes. O que pode acontecer é descobrirmos que certas pessoas simplesmente não são quem nós pensávamos que eram.No momento em que nós descobrimos que pessoas que nos cercam utilizam argumentos racistas, a amizade realmente precisa acabar. 

Quando fica claro que alguns amigos se orgulham do próprio machismo, é preciso deixá-los para trás. Quando aquele velho conhecido do prédio revela seu discurso homofóbico de ódio, vá embora. Quando a amiga da sua mãe disser que pobre não devia ter direito a voto, corte relações.Piadas com violência sexual. Ode à ditadura. Incitação à violência. Tratar animais melhor do que trata os empregados. Novas versões do fascismo. Xenofobia. 

Nós não podemos relativizar essas coisas. A gente precisa se posicionar, por mais dolorido que seja.As amizades não acabam por causa de política, acabam porque a gente descobre que tem gente que era querida, mas que se revela nojenta. E quando elas se mostram assim, o afeto pega suas malas vai embora. Porque o afeto não se engana. Ele sabe que permanecer ao lado delas, conhecendo-as assim, seria uma nítida forma de compactuar com o ódio, a pequeneza e a miserabilidade dentro da qual residem as piores formas de segregação e violência.

As amizades não acabam por causa de política. Acabam porque a discussão política muitas vezes revela a verdadeira cara de muita gente. E essas caras não são, nem nunca serão caras amigas.
                                                                                                                           (*) autoria desconhecida

domingo, maio 01, 2016

Nunca más!

Como diria o "matuto sábio": uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Que fique claro que estou tão indignado quanto qualquer um com a corrupção. Corruptos devem ser identificados, julgados e, se comprovadamente culpados, que se acertem com a justiça. A corrupção não nasceu com este ou aquele partido e floresce graças a um sistema político cheio de vícios e se perpetua graças à concepção patrimonialista que impera neste país desde que ele existe. Agora, esse ódio destilado nas ruas e nas redes sociais é sintomático de uma psicopatia social sem precedentes. De repente, pessoas que eu imaginava ter um sentido crítico refinado se tornaram, da noite para o dia, seres truculentos e de um primitivismo opinativo singular. Fico a me perguntar se esses "quetais" que defendem uma "intervenção militar" fazem algum esforço para serem imbecis ou se isso lhes acontece naturalmente!

Regimes autoritários são a antítese de qualquer processo civilizatório e só a imbecilidade, a ignorância ou o oportunismo mentecapto - ou tudo isso junto - podem explicar o comportamento de quem pensa que uma intervenção militar é um "mal necessário". Prisões de pessoas inocentes no meio da madrugada, sem julgamento ou mandado judicial; centros de tortura espalhados pelo país; universidades sufocadas pela truculência dos "coronéis" travestidos de assessores especiais - sic - de segurança e informações; uma geração de jovens amordaçada pela censura e pela impossibilidade de discutir aberta e publicamente os destinos do país: é isso - e outras "cositas más" que faz uma intervenção militar.

Leva tempo e muita democracia para colocar um país nos trilhos novamente, porém esta - a democracia - é a única via possível. As demais vias significam estradas escuras, tiros de fuzis e o silêncio das vozes dissonantes. Transitam por elas, com desenvoltura, apenas aqueles que se sentem "homens" se estiverem com uma arma na mão, caso contrário se comportam como invertebrados e asquerosos seres rastejantes que dançam ao som da cantilena macabra dos adoradores do verde-oliva.

Esquecem os "queridinhos da mamãe" que numa ditadura não adianta fazer "beicinho" e que a primeira coisa que uma ditadura fará será acabar com os "whatsapps" e "facebooks" da vida e que a garotada adora utilizar para "puxar palavras de ordem" ou "contra tudo isso que aí está"!Ignoram as questões geo-políticas que estão nos bastidores dessa disputa; sua preguiça mental os impede de enxergar além daquilo que está na superfície e sequer se dão ao trabalho de considerar que podem estar equivocados e que a verdade pode ter muitas faces. Condenam por ouvir dizer, repassam números e estatísticas sem verificar se a fonte consultada é fidedigna. Sabem, porém, com perfeição, apoiar seus "derrières" num confortável sofá e assistir ao desfile cínico da globo, deleitar-se com a "Revista Caras" ou irem para Miami, acreditando piamente que encher as malas de bugigangas compradas dos gringos - e fabricadas em países que ainda utilizam trabalho escravo e infantil - é o "verdadeiro sentido da vida".

NEVER MORE!

As a "wise old man" would say: "One thing is one thing, another thing is something else!" Make it clear that I am as outraged as anyone with corruption. Corrupt people - politicians or not - must be identified, tried and, if proven guilty, that they settle with justice. Corruption was not born with this or that party and it blossoms thanks to a political system full of 'bad habits' and perpetuated thanks to the patrimonialist conception that prevails in this country since it exists. Now, this hatred distilled in the streets and social networks is symptomatic of an unprecedented 'social psychopathy'. Suddenly, people who I imagined to have a refined critical sense became, overnight, truculent beings and with a singular primitivism in their opinions. 

I wonder if those "good guys" that defend a "military intervention" make any effort to be fools or if this naturally comes to them! Authoritarian regimes are the antithesis of any civilizing process and only imbecility, ignorance, or mindless opportunism - or all of this together - can explain the behavior of those who think military intervention is a "necessary evil." 

Prisons of innocent people in the middle of the night, without trial or court order; centers of torture throughout the country; universities suffocated by the truculence of the "colonels" transvestites of special advisors - sic - of security and information; a generation of young people gagged by censorship and the impossibility of discussing openly and publicly the destinies of the country: this is it - and other "bad things" that makes a military intervention.  

It takes time and a lot of democracy to put a country back on track, but democracy is the only possible way. The other routes mean dark roads, rifle shots, and the silence of the dissenting voices. Only those who feel "manly" if they have a gun in their hands can move about them, otherwise they behave like invertebrates and disgusting creatures that dance to the macabre song of olive-worshipers. 

The "mother's darlings" forget that in a dictatorship it is of no use pouting and that the first thing that a dictatorship will do will be to end the "whatsapps" and "facebooks" of life and that the kids love to use to pull "words of order" against "all that is there!". They ignore the geo-political issues behind the scenes; their mental laziness prevents them from seeing beyond what is on the surface and does not even bother to consider that they may be wrong and that the truth can have many faces. They condemn by hearing, pass on numbers and statistics without checking whether the source consulted is reliable. 

They believe, however, that supportting their "derrières" on a comfortable sofa, watching the cynical parade on TV, enjoying "sensationalistic weekly magazines" or going to Miami - to fill the bags of trinkets bought from the gringos - and often manufactured in countries that still use slaves and child labor - is the "true meaning of life."

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domingo, abril 27, 2014

Comprar - Jogar fora - Comprar

Todos, querendo ou não, estamos submetidos à "ditadura do consumo". Poucos, porém, entendem as razões pelas quais chegamos até ela. Muitas de nossas dificuldades decorrem do fato de que trabalhamos cada vez mais, para comprar coisas que usaremos cada vez menos. Muitas delas, absolutamente desnecessárias. Pelo excesso de trabalho, comprometemos nossa qualidade de vida, nossos laços familiares ficam cada vez mais frágeis e nossos amigos ficam cada vez mais "virtuais". Nossas vidas, se não estivermos atentos, podem ficar vazias, ocas... Talvez seja esta uma das explicações para tantas pessoas depressivas, por exemplo, cujas explicações psico-farmacológicas muitas vezes não convencem. O documentário a seguir deveria ser objeto de reflexão por todos aqueles que ainda buscam alguma explicação para o mundo em que vivemos e que ainda tentam imprimir algum sentido ético sobre o consumo em nossas vidas.


                                     

sexta-feira, julho 27, 2012

O discurso do atual Presidente do Uruguai, Jose Pepe Mujica, na RIO+20, foi um momento de grande lucidez. Vale a pena ver e ouvir!



domingo, outubro 16, 2011

Para que servem as utopias?! What are the utopias made for?!

segunda-feira, outubro 10, 2011

O que você faria?

João Gilberto e seu Lamborghini

Desfrutar de uma aposentadoria tranqüila era o sonho de João Gilberto. Para garanti-la, investiu todas as suas economias na compra de um Lamborghini amarelo, que era objeto de toda sua admiração e cuidado. Todo final de semana, porém, João Gilberto tirava seu Lamborghini da garagem para dar um passeio pelos arredores da cidade. Se assim não o fizesse, seu tesouro poderia sofrer o desgaste causado pela corrosão que inexoravelmente acontece a um carro parado por muito tempo.


Naquele sábado resolveu caminhar próximo à linha férrea, que circundava a cidade. Estacionou seu carro no final de um dos desvios da ferrovia e pôs-se a andar. Decorrido algum tempo, ouviu o apito de um trem que se aproximava. Inicialmente esse fato não lhe chamou muito a atenção, uma vez que já se acostumara com aquele som desde a infância.

Ao olhar para a direção oposta àquela do trem, quase entrou em desespero. Percebeu que uma menina brincava distraidamente sobre os dormentes da via férrea e o pensamento na tragédia que poderia acontecer o aterrorizou. Percebeu que a distância era muito grande para que pudesse livrar a menina do perigo e que algo precisava fazer. Neste instante percebeu que a chave que desviaria o curso do trem estava bem próxima e que esta seria a única possibilidade de salvar a menina. Percebeu, também, que ao mudar a trajetória do trem destroçaria o Lamborghini, estacionado exatamente no final daquele desvio.


João Gilberto não vacilou. Puxou a alavanca, mas ao fazê-lo percebeu que seu pé ficara preso aos trilhos e que a única maneira de salvar seu pé de também ser destroçado seria trazer a chave à sua posição original, embora isso significasse manter o trem em sua trajetória em direção à menina...

Aos meus alunos...os que foram, os que são e os que serão!

Foi, e tem sido, uma grande satisfação o convívio com vocês. Espero ter conseguido dar uma singela contribuição à difícil missão de formar médicos, no amplo sentido que essa palavra evoca. Sobre muitos temas conversamos. Todos com uma clara intenção: lembrá-los de que o exercício da Medicina é uma arte. Arte enquanto se defronta com situações que extrapolam o campo da técnica e da ciência; arte enquanto lida com pessoas em grande parte fragilizadas física e emocionalmente; arte enquanto verifica a subjetividade no encaminhamento da solução, cujo alcance, por vezes, passa pela escolha e decisão entre vários rumos possíveis.
Possuir vasto conhecimento médico-científico, certificados de pós-graduação ou doutorado, ou até mesmo muitos anos de exercício da profissão, não necessariamente significa que o profissional possa ser qualificado dentro de um padrão elevado. Assim, a postura com que o mesmo se coloca ante as diversas situações que enfrenta no dia-a-dia junto a seus pacientes constitui importante indicador de sua eficiência.
Nesse sentido, tenho para mim a percepção de que, a exemplo da própria vida, a boa prática da medicina é o resultado de certa sabedoria em administrar as incertezas, que estarão sempre presentes. Tendo isso em mente, busquei recuperar em meio à literatura um interessante código de conduta apresentado por Irving H. Cage, ex-diretor da revista Modern Medicine, com pequenas modificações efetuadas por Bemard Wortis, ex-diretor da New York University Medical School e algumas adaptações que ousei realizar. Apesar das décadas de existência, o código mantém-se atual e consiste num instrumento útil de orientação ética e base para uma serena reflexão. Boa Sorte!

Prof. Plinio A. F. Silveira

"The Doctor" - pintado em 1891, por Luke Fildes

Prática Médica
Dez Mandamentos Fundamentais


I. Nada substitui o que se assimila no contato direto com as pessoas: uma boa anamnese, um exame físico minucioso e a perspicácia clínica que resulta da experiência. Disciplina clínica não pode ser aprendida apenas no laboratório, ou através de leitura ou palestras.

II. A boa prática médica é trabalhosa e exige dedicação. Não é possível tratar-se apressadamente pessoas doentes obedecendo-se a horários rígidos. Exponha claramente a realidade à pessoa ou à família, durante o tempo que for necessário.

III. Seja otimista: muitas doenças são auto-limitadas e aliviadas sem muita interferência do médico (o resfriado comum é um bom exemplo, freqüentemente tratado de forma exagerada).

IV. Seja paciente! Um período de observação é, em certas ocasiões, o único caminho para um diagnóstico correto. Não procure impressionar seu doente ou a si mesmo com uma quantidade desnecessária de exames complementares.

V. Não seja por demais erudito. Lembre-se de que as doenças mais comuns ocorrem com maior freqüência; pense nelas primeiramente.

VI. Não execute nas pessoas nenhum exame que você não faria em si mesmo ou em seus familiares, em idênticas circunstâncias. Não faça excesso de testes que eventualmente possam expô-lo ao risco de complicações iatrogênicas.

VII. Use novas drogas com cautela; é preferível manejar poucos medicamentos básicos com perícia e segurança do que utilizar os últimos lançamentos do mercado, que ainda não possuem sólida base experimental. Muitas doenças iatrogênicas resultam do uso indiscriminado ou excessivo de drogas, como por exemplo antibióticos, tranqüilizantes, esteróides e anti-inflamatórios. Por outro lado, é importante considerar o aspecto psicológico dos casos e usar critérios de bom senso. Desse modo, faz parte também da arte médica saber quando tirar proveito do uso do placebo, eficaz em numerosos casos.

VIII. Conheça a si mesmo: sua força e suas fraquezas. Extraia frutos da insatisfação de seu trabalho. Cultive a curiosidade acerca das doenças, mas trate tão bem o enfermo quanto a enfermidade. Quando tiver dúvidas, procure o auxílio dos mais experientes. Cultive o senso de humor e o verdadeiro sentido de humildade. Não permita que a admiração das pessoas influencie seu raciocínio e conduta.

IX. Cultive a discrição quanto a nomes e doenças perante familiares e amigos dos doentes.

X. Retire sempre uma lição a partir dos erros; errar ocasionalmente é humano, mas cada erro deverá transformar-se em aprendizado e, obviamente, jamais ser repetido.

terça-feira, setembro 13, 2011

A reflexão nossa de cada dia...






Playboy: "If life is so purposeless, do you feel that it's worth living?"
Kubrick: "Yes, for those of us who manage somehow to cope with our mortality. The very meaninglessness of life forces man to create his own meaning. Children, of course, begin life with an untarnished sense of wonder, a capacity to experience total joy at something as simple as the greenness of a leaf; but as they grow older, the awareness of death and decay begins to impinge on their consciousness and subtly erode their joie de vivre, their idealism -- and their assumption of immortality. As a child matures, he sees death and pain everywhere about him, and begins to lose faith in the ultimate goodness of man. But if he's reasonably strong -- and lucky -- he can emerge from the twilight of the soul into a rebirth of life's elan. Both because of and in spite of his awareness of the meaninglessness of life, he can forge a fresh sense of purpose and affirmation. He may not recapture the same pure sense of wonder he was born with, but he can shape something far more enduring and sustaining. The most terrifying fact about the universe is not that it is hostile but that it is indifferent; but if we can come to terms with this indifference and accept the challenges of life within the boundaries of death -- however mutable man may be able to make them -- our existence as a species can have genuine meaning and fulfillment. However vast the darkness, we must supply our own light."


(Trecho de entrevista de Stanley Kubrick à Revista Playboy, em 1968)
Tradução Livre:

Playboy: "Se a vida é tão sem propósito, você acha que vale a pena viver"
Kubrick: "Sim, para aqueles de nós que conseguem de alguma forma lidar com nossa mortalidade. A insignificância da vida força os homens a criar o seu próprio significado. Crianças, é claro, começam a vida com um sentido de admiração imaculada, com uma capacidade de experimentar total alegria por algo tão simples como o verde de uma folha; mas à medida que envelhecem, a consciência da morte e da decadência começa a invadir a sua mente e sutilmente corroer sua alegria de viver, seu idealismo - e sua suposição de imortalidade. À medida que uma criança amadurece, ela vê morte e dor em todos os lugares ao seu redor, e começa a perder a fé na bondade do homem. Mas se ela for razoavelmente forte - e tiver sorte - ela pode emergir do crepúsculo da alma para um renascimento da disposição para viver . Por causa de, e apesar de sua consciência da falta de sentido da vida, o homem pode forjar um novo senso de propósito e de afirmação. Ele poderá não recuperar o mesmo sentido puro de admiração com o qual nasceu, mas ele pode moldar algo muito mais duradouro e sustentável. O fato mais terrível sobre o universo não é que ele é hostil, mas sim que é indiferente; mas se pudermos conviver com esta indiferença e aceitar os desafios da vida dentro dos limites da morte – por mais mutáveis que possamos ser capazes de torná-los - nossa existência como espécie pode ter um significado genuíno e de completa realização. Por mais vasta que seja a escuridão, precisamos suprir nossa própria luz”

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domingo, setembro 04, 2011

A PONTE - Excelente documentário, bela fotografia, abordagem reveladora.

A PONTE from joaowainer.com on Vimeo.

domingo, agosto 28, 2011

"Fora com eles!"

Com essas palavras é finalizada a apresentação de um vídeo no qual uma reportagem do jornal televisivo "Bom Dia Brasil", da TV Globo, mostra o custo de um parlamentar no Brasil quando comparado a outros países. De fato, é algo de indignar qualquer um. Sobre o vídeo referido e sobre as palavras que o encerram é que quero comentar:


Desde muito cedo entendo que a capacidade de indignar-se com aquilo que consideramos injusto ou errado é o primeiro passo que nos leva à plena condição de CIDADÃOS, na acepção mais ampla a que essa palavra nos remete. Entretanto, só essa indignação não é suficiente para mudar a realidade das coisas e protagonizar as transformações. Mudanças dependem do cumprimento de, no mínimo, dois requisitos: o primeiro, extremamente subjetivo, do qual a "indignação" que mencionei, faz parte, e que se associa ao desejo de mudar, o querer transformar; o segundo requisito, bastante objetivo, está inapelavelmente ligado ao exercício da "razão", de um certo conhecimento: o que fazer para mudar a realidade (para melhor, é claro....).

Dito isso, compreendo a legitimidade da indignação dos que assistem ao vídeo mencionado. É realmente capaz de causar muito mais que indignação. Provoca náuseas e desperta em qualquer um de nós uma espécie de "furor de cunho ético" e que nos faz clamar por mudanças, o que pode ser muito positivo.
Entretanto, a realidade sócio-política brasileira - como de resto qualquer fenômeno - não comporta análises simplificadoras. A realidade é muito mais complexa e frequentemente não nos permite analisá-la com toda a propriedade, algo que só pode ser realizado quando se tem todas as informações para isso.


E é aqui que começa a minha apreensão. Num mundo dominado pela propaganda, pelo marketing, mais pela embalagem que pela essência, fica muito difícil ao cidadão comum saber onde está, de fato, a verdade. Li, certa vez, que a "verdade é um tesouro tão precioso que sempre vem escoltada por um batalhão de mentiras". É, pois, necessário para qualquer um que queira encontrá-la, empenhar-se numa verdadeira jornada para saber onde de fato está ela.

Num país onde os veículos de comunicação não são tão independentes como tentam nos fazer acreditar (e me pergunto onde o serão...), onde jornalistas são verdadeiros "bocas de aluguel" e que só dizem aquilo que seus patrões determinam (do contrário perdem seus empregos...) e onde os interesses das grandes corporações (e quando digo corporações, quero aqui me referir a TODAS: civis e militares) e que amiúde determinam os nossos destinos, não creio ser sensato acreditar piamente em tudo o que nos dizem.

No caso do presente vídeo, e se forem verdadeiros os números, acredito que algo de muito errado esta acontecendo em nosso país. Mas não apenas com os políticos não! Com todos nós, com toda a sociedade! Porque se eles estão lá é de se perguntar como fizeram para isso. Certamente com os votos da sociedade, mas igualmente com suas campanhas financiadas por esta ou aquela empresa, esta ou aquela corporação. Políticos são, na verdade, um espelho de nossa sociedade. Em todos os setores há pilantras: entre os empresários, entre os operários, entre os artistas, entre os militares, entre os médicos (categoria a qual pertenço e da qual às vezes me envergonho), entre as donas de casa, entre nossos filhos, entre os advogados e juízes, entre os cientistas, entre os professores, etc. Pilantragem não é, portanto, privilégio só de político não!

E se assim é, se os políticos são um recorte da sociedade, o que precisamos é de instituições sólidas e de valores e crenças com profundo lastro ético e que não permitam vicejar tal espécie de políticos! É preciso apostar - assim como fizeram e fazem as grandes democracias (embora mesmo estas também enfrentem seus problemas) - que nossa nação pode avançar, amadurecer, corrigir as graves distorções que apresenta (como, por exemplo, a corrupção e o elevado custo dos políticos para a sociedade).

Esse "avanço", esse "andar para a frente", esse "novo patamar de exercício ético" só poderá ser alcançado via DEMOCRACIA. Quanto a isso, não acredito que possa existir aqui qualquer antagonismo de opinião ou de atitude, uma vez que ela própria - a DEMOCRACIA - é o grande receptáculo, o grande campo para a solução dos nossos problemas e o terreno onde há plena fertilidade para que plantemos e colhamos um BRASIL do qual nossos filhos possam se orgulhar.

Sei que todos temos pressa, mas somos uma nação ainda muito jovem e, como todo jovem, faz um "monte de bobagens" mas acaba por aprender com seus erros. É assim que o mundo anda. Pelo menos é isso o que penso. E já cometemos uma grande bobagem num passado recente: permitimos que esse país ficasse mais de 20 anos a mercê de uma ditadura feroz, que prendeu pessoas sem lhes dar a oportunidade de julgamento justo, omitiu, torturou, assassinou, mutilou uma geração inteira e lhe solapou a oportunidade de desenvolver juízo crítico. E tudo em nome do que? Ironicamente, em nome da defesa da família e da democracia.... Mas tudo o que nos deixou foi uma imensa dívida externa - que corroeu durante anos a nossa combalida economia - e impregnou de autoritarismo muitas mentes e muitas instituições, especialmente nossas escolas, transformando-as em grandes e inexpugnáveis quartéis.



E aqui continua a minha apreensão: a mensagem se encerra com uma pequena frase, mas que não esconde seu grande e quase lúgubre significado: FORA COM ELES!

E aqui eu pergunto: FORA COM QUEM? E eu mesmo respondo, sem o menor receio de errar: FORA COM OS POLÍTICOS, COM O CONGRESSO, COM AS INSTITUIÇÕES CIVIS, COM A DEMOCRACIA! Porque assim provavelmente alguém ensinou. Porque é assim que provavelmente muitos aprenderam!

E os que assim pensam não se apercebem que estão a reproduzir o mesmo erro e que pode, como consequência, fomentar a mesma bobagem que se cometeu há pouco mais de 4 décadas. Não percebem que, se de fato democratas se consideram, tudo o que tem a fazer é disputar a democracia. Mas por dentro. Participando da vida política. E não se auto-intitulando os arautos dela! Ocupando o espaço conquistado pela pilantragem e mostrando à sociedade que podemos fazer e viver a política de uma forma menos iníqua e mais solidária.

Conversando com Zygmunt Bauman...

Se é verdade que a vida é feita de momentos e que estes devem ser vividos com toda a intensidade, eis uma experiência ímpar: ouvir o que tem a nos dizer esse pensador polonês e, nas suas palavras, buscar ensinamentos. Tenho a convicção de que serão trinta minutos bastante apreciados...

domingo, março 07, 2010

Fascinante!



Esse vídeo apresenta a ganhadora do programa "Ukraine’s Got Talent", Kseniya Simonova, de 24 anos, desenhando uma série de imagens em uma mesa de areia iluminada mostrando como as pessoas comuns foram afetadas pela invasão alemã durante a Segunda Guerra Mundial. Seu talento, que é claramente diferente, é fascinante de olhar.
As imagens, projetadas em uma grande tela, levaram várias pessoas do auditório às lágrimas e ela ganhou o primeiro prêmio de cerca de £ 75.000,00.
Ela começa criando uma cena com um casal sentado, segurando suas mãos, em um banco sob um céu estrelado. Mas, quando chegam os aviões de guerra, a feliz cena é desfeita.
Ela é substituída por um rosto de mulher chorando, mas quando chega uma criança, a mulher volta a sorrir. A guerra retorna novamente e a artista joga areia formando o caos, de onde o rosto de uma jovem aparece.
Ela rapidamente se transforma em uma velha viúva, com o rosto enrugado e triste, antes da imagem se transformar no monumento ao Soldado Desconhecido na Ucrânia.
Essa cena externa fica emoldurada por uma janela, como se o observador estivesse olhando para o monumento de dentro de uma casa.
Na cena final, uma mãe e uma criança aparecem do lado de dentro, com um homem parado do lado de fora da casa, pressionando sua mão sobre o vidro, dando adeus.
A Grande Guerra Patriótica, como é chamada na Ucrânia, resultou na morte de ¼ da população, com 8 a 11 milhões de mortos em uma população de 42 milhões de pessoas.

A artista Kseniya Simonova diz:
“Acho bastante difícil criar arte usando papel e lápis ou pincéis, mas usar areia e os dedos está além do meu entendimento. A arte, especialmente quando a guerra é usada como tema, chega a levar as pessoas às lágrimas. E não existe maior elogio do que este.”

segunda-feira, outubro 12, 2009

O que nos une?

A completa banalização de nossas vidas e sua transformação num mero exercício de sobrevivência é o grande perigo que enfrentamos se não nos dispusermos à reflexão sincera sobre nossa condição de seres humanos. Tanto faz viver numa pequena cidade ou numa metrópole, poderemos facilmente, se assim permitirmos e se não estivermos atentos, nos colocar numa posição de completa alienação e de simples espectadores do mundo.

As limitações de ordem sócio-cultural a que frequentemente nos submetemos podem ser vencidas se para isso usarmos nossa inteligência e a imensa capacidade criadora que a natureza nos proporcionou e se fizermos um esforço no sentido da transformação.
Morar aqui em Itajaí, em Tegucigalpa ou em Tóquio não nos tira a condição de cidadãos do mundo. Tudo que nele acontece nos diz respeito e o desejo de melhorar é o elo que nos une. Entendermos que há muito por fazer - aqui e agora - e que o mundo se transforma um pouco no somatório de nossas atitudes transformadoras é o que nos dá legitimidade para fazer jus àquela condição.

Entretanto, não basta apenas o desejo de melhorar. Há que se ter práticas no sentido da melhoria. Em outras palavras, "falar em mudanças sem mover um dedo no sentido delas é falar com um cadáver entre os dentes". As mudanças, como regra, não acontecem ao acaso e às vezes são muito lentas. Não dependem da ação desta ou daquela pessoa. São o resultado final das atitudes de cada um de nós, aconteçam elas no plano pessoal, profissional ou sócio-político. É, pois, ingênuo acreditar que uma ou outra pessoa detém em suas mãos as respostas para as crises, que são sempre multifatoriais.

Temos, portanto, que encontrar tempo para a reflexão, buscar respostas e exercermos constante auto-crítica. Precisamos entender que somos únicos, mesmo nos nossos erros; que compartilhamos as mesmas incertezas e que ninguém é dono da verdade. Não podemos esquecer que o que é humano não nos pode causar estranheza e que, às vezes, correr riscos pode apenas significar liberdade e que o "máximo de segurança pode significar escravidão".

No nosso dia-a-dia, a preocupação com o consenso e a unanimidade não pode se sobrepor ao fato de que com frequência é a divergência e a crise que encerram em si a nossa derradeira oportunidade de crescimento.

Aprender a conviver com as incompreensões, com a crítica, com a possibilidae do erro e, por vezes, com a dor é, afinal de contas, aquilo que lapida nosso espírito e nos ensina a viver.

Ói nóis aqui traveiz.....

Depois de um longo período de, digamos, "recesso bloggeiro", estou aqui outra vez. Não que estivesse num processo de hibernação intelectual. Ao contrário. A efervescência das idéias, das observações, das reflexões, sempre estiveram presentes. Não por diletantismo mas pela necessidade. A vida acadêmica ajuda um pouco, embora, se não tomarmos cuidado alí também a mediocridade pode nos inundar, como as "águas de novembro". Mas, enfim....volto a registrar neste espaço, às vezes intimista é verdade, minhas impressões do mundo que conheço e daquele que busco desvendar. Se isso puder provocar noutrem algum tipo de interrogação, já me darei por satisfeito. Porque precisamos, muito mais do que respostas, é de boas perguntas...

domingo, junho 29, 2008

Have you ever tried to "catch the sun"?

""
Every day it comes to this
Catch the things you might have missed
You say, get back to yesterday
I ain't ever going back
Back to the place that I can't stand
But I miss the way you lie
I'm always misunderstood
Pulled apart and ripped in two
But I miss the way you lie

Catch the sun, before it's gone
Here it comes, up in smoke and gone
Catch the sun, it never comes
Cry in the sand, lost in the fire

I never really understood
Why I didn't feel so good
But I miss the way you lie
I've always been up and down
Never wanted to hit the ground
But I miss the way you lie

Catch the sun, before it's gone
Here it comes, up in smoke and gone
Catch the sun, it never comes
Cry in the sand, lost in the fire

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Ufa...!

What if ?


"What if there was no light
Nothing wrong, nothing right
What if there was no time
And no reason, or rhyme
What if you should decide
That you don't want me there by your side
That you don't want me there in your life

What if I got it wrong
And no poem or song
Could put right what I got wrong
Or make you feel I belong

What if you should decide
That you don't want me there by your side
That you don't want me there in your life

Oooooooh that's right
Let's take a breath, jump over the side
Oooooooh that's right
How can you know it if you don't even try
Oooooooh that's right

Every step that you take
Could be your biggest mistake
It could bend or it could break
But that's the risk that you take

What if you should decide
That you don't want me there in your life
That you don't want me there by your side

Oooooooh thats right
Let's take a breath, jump over the side
Oooooooh that's right
How can you know it when you don't even try
Oooooooh that's right

Oooooooh thats right
Let's take a breath, jump over the side
Oooooooh that's right
You know that darkness always turns into light
Oooooooh that's right"

What If - Coldplay

terça-feira, janeiro 01, 2008

Saúde Pública de Cuba para Norte Americanos.

Michael Moore viajou a Cuba com três voluntários que haviam trabalhado nas ruínas do World Trade Center, em New York, depois dos ataques de 11 de setembro de 2001. Segundo ele, os voluntários sofrem de problemas de saúde desde que atuaram naquele local e têm dificuldade de acesso aos tratamentos públicos nos Estados Unidos da América. Moore diz tê-los levado de barco até a base naval estadunidense de Guantánamo – que fica encravada no leste de Cuba e onde Washington mantém suspeitos estrangeiros de terrorismo – para ver se eles receberiam o mesmo atendimento médico gratuito dos detentos. Após serem barrados, eles decidiram ver que tipo de atendimento médico encontrariam em Cuba, cujo governo comunista se orgulha da qualidade de seus hospitais. (O vídeo é um excerto do documentário “Sicko” (S.O.S. Saúde), de Michael Moore.)

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Ano Novo...vida nova?!

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente."

Carlos Drummond de Andrade

sábado, dezembro 22, 2007

Natal


Tento compreender o que se passa. Mensagens de Natal impregnam o ar, a internet, as rádios, as televisões, as lojas - especialmente estas. Há a sensação de uma inescapável tirania exercida pelo "espírito natalino" que nos leva a sentir que se não nos tocarmos por esse espírito estaremos sendo malévolos, insensíveis, desumanos. Será?! Então eu devo ser tudo isso e talvez um pouco mais, porque não consigo deixar de sentir um certo mal-estar com essa data. Penso se deveria enviar votos de Feliz Natal para todos os meus contatos de e-mail. Mas não soaria falso, especialmente para aqueles que são "amigos virtuais", embora eu deseje o bem de todos, inclusive daqueles que eu não conheço pessoalmente? Seria essa uma boa estratégia para fortalecer a corrente do bem? Ou apenas estaríamos apostando na massificação hipócrita semelhante àquela de uma loja que envia aos seus clientes mensagens belíssimas sobre a paz, a compreensão entre os homens, a tolerância e blá,blá,blá... Mas experimente atrasar sua prestação para ver onde fica a compreensão, a tolerância e a paz!

Não há como não se sentir mal ao refletir sobre isso.
É...devo ser mesmo muito ruim! Ainda assim, reconheço a bondade dos outros e não teria tamanha ingratidão a ponto de recusar os votos de Feliz Natal. Se me desejam o bem, quem sabe eu o alcance. Ademais, para além das formalidades e hipocrisias próprias desta época, existem os sinceros, ainda que expressem seus sentimentos por e-mails. Há também os que amamos e que, no final das contas, terminam por nos envolver em seus mais puros sentimentos. O Natal passa, mas eles permanecem presentes em nossas vidas e em nossos corações. E isso é o mais importante.

domingo, novembro 25, 2007

“A verdade sobre a indústria farmacêutica: Como eles nos enganam e o que fazer a respeito"











"The truth about drug companies: how they deceive us and what to do about it", livro da Dra. Marcia Angell MD, ex-Editora Chefe do The New England Journal of Medicine, Conferencista Senior em Medicina Social da Escola de Medicina de Harvard - EUA é revelador de uma situação estarrecedora e contundente, mas nem por isso conhecida pela maioria da população e muito menos pelos médicos. Os artifícios utilizados pela indústria de medicamentos para fazer valer seus interesses e, por extensão, faturar lucros estratosféricos são de uma perversidade ímpar e que só se explicam pela omissão/prevaricação dos órgãos/agentes públicos reguladores devidamente associados ao exercício da mais "fina" corrupção. É estarrecedor saber que estamos todos sujeitos a recebermos medicamentos que, muitas vezes, não trazem nenhum benefício a não ser o de engordar a já pletórica conta bancária da indústria de fármacos. Igualmente assustador é saber que boa parte dos médicos ignora totalmente a forma pela qual a indústria monitora e influencia a prescrição médica.

Veja os dados abaixo:

• Segundo a Organização Mundial da Saúde: mais de 50% das prescrições
são erradas! (Fonte: WHO Drug Information;1999;13:61-64)

• Trabalhos científicos financiados pela indústria têm 405% de chances de
resultados favoráveis ao financiador (Fonte: British Medical Journal. 2003;May 31)

• Pesquisadores com projetos financiados pela indústria têm 950% de
chances de prescreverem o fármaco que investigam (Fonte:JAMA–Journal ofAmerican Medical Association. 2000;283:373-80)

• Viagem para participar de eventos: Aumentam em 790% a chance do
médico solicitar inclusão do fármaco no seu hospital (Fonte: JAMA. Journal of American Medical Association 2000;283:373-80)

• Os jornais médicos são “extensões de propaganda” da indústria
farmacêutica – (Fonte: Richard Smith - www.plosmedicine.org May 2005;2(5):138)

• Existe extrema variabilidade na Prática Médica não explicada por
evidências científicas!

sexta-feira, novembro 23, 2007

AUTO-ESTIMA

""

"...converse com sua filha antes que a indústria da beleza o faça..."

Ressalvados os interesses pecuniários da Dove e a forma subliminar com que tenta fazer o consumidor acreditar que há uma autêntica preocupação com sua(s) filha(s) no presente vídeo, é interessante que se busque formas para se conversar sobre auto-estima com a meninada, para que elas não fiquem à mercê da voracidade da indústria da beleza e acabem desfilando/definhando seus esquálidos corpos, na crença de que isso realmente importa.

segunda-feira, novembro 19, 2007

"És tudo aquilo que fostes perdendo"


De súbito me encontro lendo essa frase de Jorge Luis Borges. Lendo e, de forma recorrente, imaginando no que estaria a pensar o ancião poeta portenho quando a escreveu. Pelo que posso deduzir, as perdas de algum modo nos enriquecem eis que nos permitem avaliar nossas experiências de uma outra perspectiva, pois quando já acrescidas de um distanciamento e de um tempo decorrido, fazem com que a dor possibilite um rewriting de nós mesmos. Mas, afinal de contas meu caro Borges, o que na verdade posso eu saber sobre isso!?.....

domingo, novembro 18, 2007

Are you the favorite person of anybody?




Sim?! Não?! O que lhe dá essa certeza?!....

terça-feira, outubro 09, 2007

...como diria o Millor, livre pensar é só pensar....









....às vezes as palavras de súbito desaparecem quando estamos diante da enormidade de um acontecimento ou de um sofrimento. Teimosos, ainda que silenciosos, buscamos uma explicação e um sentido. Queiramos ou não, há fatos, lembranças e imagens investidas de um poder que nos desestabiliza intimamente. Momentos há em que pensamos em desistir de buscar o sentido das coisas; quem sabe a vida esteja nos dizendo que às vezes só o que nos resta é serenamente desistir e esperar que ela, com suas próprias leis e por conceber a nossa frágil condição de humanos, revele-nos algum dia as respostas....
Kandinsky, Óleo sobre tela, 1923

quinta-feira, outubro 04, 2007

...pois Kant tinha razão.....






















A beleza faz nascer o amor ou é o amor que faz nascer a beleza? Você ama essa pessoa porque ela é linda ou ela é linda porque você a ama? Cercado por um número infinito de pessoas, podemos perguntar (olhando para ela enquanto ela conversa ao telefone ou jazz sentada à nossa frente na banheira) por que nosso desejo resolveu se acomodar nesse rosto particular, naquela boca ou nariz ou orelha particulares, por que aquela curva do pescoço ou aquela pinta na bochecha veio responder tão precisamente a nossos critérios de perfeição? Cada um dos amores que tivemos oferece diferentes soluções para o problema da beleza, e, no entanto, consegue redefinir nossa estética amorosa numa forma tão original e idiossincrática quanto a paisagem de seus rostos.

A visão kantiana da estética sustenta que as proporções de um corpo, em última instância, não são tão importantes quanto a forma subjetiva como esse corpo é visto. De que outra forma podemos explicar por que o mesmo corpo pode ser considerado bonito por uma pessoa e feio por outra? Isso explica a máxima de que "a beleza está nos olhos de quem a vê"....
(*)

(*) Texto adaptado a partir de um escrito por Alain de Botton, romancista e filósofo inglês, autor de "Ensaios de Amor".

quarta-feira, outubro 03, 2007

Ameno


Dori me Sinta minha dor
Interi mo,
Adapare Absorve-me, Toma-me
Dori me
Sinta minha dor
Ameno, Ameno
Liberta-me, Liberta-me
Lantire, Lantire mo
Descubra-me , Descubra meus sinais
Dori me
Sinta minha dor

Ameno, Omenare, imperavi
Suaviza (esta dor), Conforta-me
Ameno, Dimere, dimere
Perceba, perceba
Mantiro, Mantire mo
Mutilaram-me, Machucaram-me
Ameno
Liberta-me

Omenare, imperavi emulari
Suaviza (esta dor), Conforta-me
Ameno
Liberta-me
Omenare, imperavi emulari
Suaviza (esta dor), Conforta-me

Ameno, Ameno dore
Liberta-me, Ameniza a dor
Ameno dori me
Ameniza minha dor
Ameno dori me
Ameniza minha dor

Ameno, Dom
Liberta-me, Senhor
Dori me, Reo
Alivia minha dor, Rei
Ameno dori me
Ameniza minha dor
Ameno dori me
Ameniza minha dor

Dori me, Dom
Tira-me esta dor, Senhor

segunda-feira, agosto 13, 2007

Tam, tam, tam,tam.....

Dá realmente o que pensar a forma pela qual a grande mídia tratou o trágico acidente da TAM. Sôfregos, e apriorísticos como lhes convém, não vacilaram em tentar inculcar na opinião pública a idéia de que "a culpa é do governo Lula". Tão esdrúxula quanto estúpida, o fato é que essa tese foi sendo construída de uma forma que faria inveja ao Dr. Goebbels. Os "bocas de aluguel" não perderam tempo em agradar aos seus patrões, dizendo e escrevendo coisas sem a menor fundamentação. Tudo em nome da "liberdade" de uma imprensa que, de tão hipócrita e comprometida com a pecúnia, por suas atitudes faz exatamente o jogo daqueles que, intimamente, querem e semeiam a antítese da "liberdade".

quinta-feira, agosto 02, 2007

Os noventa anos do "seu Afonso" !

Hoje, 2 de agosto, meu pai completou 90 anos de idade. E fatos como esse não ocorrem a todo momento, embora a expectativa média de vida tenha aumentando ao longo das últimas décadas. Ao telefonar-lhe, para desejar os parabéns, antes pensei com os meus botões: O que dizer para alguém que completa 90 anos, especialmente sendo essa pessoa o seu pai?!

"Seu Afonso" mora em Santa Maria - RS, com minha mãe, "Dona Jurema", que completará 83 anos de idade em 16 de dezembro próximo. Há cerca de 25 anos, deixei Santa Maria e vim trabalhar em Santa Catarina. Há 25 anos, portanto, tenho acompanhado à distância o seu envelhecer. Mesmo quando convivi com meu pai, fiquei sempre com a sensação de que esse homem representava um enigma: sempre muito severo com seus 13 filhos, implacável quando o assunto era disciplina, o taura parecia não estar escutando quando se lhe dirigia a palavra, como se seus filhos não merecessem a reverência da escuta. De origem extremamente humilde, nascido em 1917 no interior de Dom Pedrito - RS, no meio de uma prole de 12 irmãos, aos 18 anos entrou para o exército, “por necessidade”, como faz questão de lembrar. Aos 21 anos, como cabo do exército, comprometeu grande parte de seu salário para comprar “à prestação” uma coleção inteira dos “Sermões do Padre Antonio Vieira”, livros cuja erudição não era exatamente o que se esperaria encontrar num “homem da caserna”. Sempre atento e fazendo um grande esforço para atender à função de provedoria que naqueles tempos se exigia de um pai, conseguiu garantir a oportunidade do “estudo” a todos os seus 13 filhos.

Estão vivas nas minhas lembranças da infância, as tardes chuvosas de inverno em que, num galpão que havia nos fundos de nossa casa, eu o auxiliava a “compactar” o couro que seria utilizado para a feitura dos calçados que usaríamos. Ou então, aquelas duras tardes em que o café com farinha de mandioca substituíam o leite e o pão....

Não tivemos muitas oportunidades de aprofundar nossas conversas ao ponto desejável em que pai e filho se encontram para compartilhar suas angústias e se ver na sua condição de seres humanos que sonham e que lutam. E por isso mesmo, não se dão as oportunidades de reconhecerem suas imperfeições e suas limitações. Ou nem mesmo de se alegrarem com seus acertos.

Por essa razão, meu pai, neste dia em que festejas teu nonagésimo aniversário deixo-te esta carta: uma adaptação de um texto de Augusto Cury, em seu livro “O Futuro da Humanidade” que, aliás, foi presente que você me deu no dia do meu aniversário, talvez numa inveja positiva, porém subliminar, do pai que recebeu essa carta de seu filho Marco Pólo, personagem principal do romance:

Desculpe-me pelas atitudes que tomei. E também pelas que deixei de tomar. Sei que algum dia posso ter te ferido por minhas críticas precipitadas. Perde-se muito tempo julgando. Eu tenho a impressão de que não o conheço interiormente, embora tenha vivido com você durante tantos anos. Fomos quase estranhos morando na mesma casa. Mas podemos apostar que o tempo ainda nos permita esse conhecimento? Gostaria de saber quem realmente você é, quais foram as lágrimas que você não chorou, quais foram os dias mais tristes da sua história e quais foram os desafios que você nunca teve a coragem ou a oportunidade de me contar?! Gostaria de poder retroceder no tempo para ouvir a tua história, teus projetos, teus sonhos, tuas derrotas. Tenho certeza que seria fascinante. Tenho muitos defeitos, assim como você certamente tem. Mas hoje quero esquecê-los. Quero só lembrar de tuas qualidades, te desejar Feliz Aniversário e te pedir uma nova chance de ser teu amigo.

sábado, julho 07, 2007

"As time goes by"

"You must remember this,
a kiss is still a kiss,
A sigh is just a sigh,
The fundamental things apply,
as time goes by.

And when two lovers woo,
they still say "I love you,"
On that you can rely,
No matter what the future brings,
as time goes by.

Moonlight and love songs,
never out of date,
Hearts full of passion,
jealousy and hate,
Woman needs man,
and man must have his mate,
There's no one can deny.

It's still the same old story,
a fight for love and glory,
A case of do or die,
The world will always welcome lovers,
as time goes by.

Moonlight and love songs,
never out of date,
Hearts full of passion,
jealousy and hate,
Woman needs man,
and man must have his mate,
There's no one can deny.

It's still the same old story,
a fight for love and glory,
A case of do or die,
The world will always welcome lovers,
as time goes by."

""

"As Time Goes By" de Herman Hupfeld, tema que se celebrizou pela voz de Billie Holiday e eternizou-se no filme Casablanca:

Com o Passar do Tempo

(As time goes by)

Você deve lembrar-se disto
Um beijo é sempre um beijo

Um suspiro é exatamente um suspiro

As coisas fundamentais se aplicam
Com o passar do tempo

E quando dois amantes namoram
Eles ainda dizem eu te amo
Nisso você pode confiar
Não importa o que o futuro traga
Com o passar do tempo

Luar e canções de amor
Nunca serão obsoletos
Corações enchem-se de paixões
Ciúme e ódio
Mulher precisa de homem
E o homem deve ter sua companheira
Que ninguém pode negar

Ainda é a mesma história
Um combate por amor e glória
Um caso de fazer ou morrer
O mundo sempre dará boas-vindas aos amantes
Com o passar do tempo.

segunda-feira, abril 23, 2007

"Cinzas", de Edvard Munch (1894)



Incidentally, this morning I take a look at this great painting by Edvard Munch. Immediately, two thoughts/opinions - to which I fully agree - come up to my mind, in an attempt to understand what is going on with those two people :
1 - They are in love, yet they cannot be. It is obvious their misery is inside their emotions for each other. Their love is their gift, yet it is also their curse, for they are not supposed to be together. Which explains the location, a forest, and the time, late at night. Away from anyone who could discover them. Yet, the pain of knowing that everything will soon end drags them down to the ashes of their love.
..................
2 - Love is many things. Passion, touch, vigor and vitality. But it is also in the heart. It originates in there. Once you forget that, much goes to waste. So, you can try seducing, you can try living plushly, but sometimes, things go wrong, and there is frustration, and love...leaves. Enter in darkness and there is separation, miscommunication. And things can no longer be solved with a gentle kiss or a seduction.

Vale a pena refletir sobre isso....




"....a raiva e o ressentimento podem bloquear o caminho das pessoas. Leva tempo para aprender isso. Para incendiar a raiva bastam o ar e a vida que ela traga e abafa. Mas é real, entretanto, a fúria. Mesmo quando não é, ela pode mudar você, transformar você, moldar você e fazer de você algo que você não é. Assim, a outra face da raiva é a pessoa que você se torna. Felizmente um dia alguém acorda e percebe que não tem medo de sua jornada. Alguém que sabe que a verdade, na melhor das hipóteses, é uma história parcialmente contada de que a raiva, como o crescimento, vem em jatos e, em seu caminho, deixa uma nova possibilidade de aceitação. E a promessa da calma."

"Anger" - Óleo s/tela, de Oswaldo Guayasamin

segunda-feira, janeiro 22, 2007

...relendo Fernando Savater...

...aproveito para fazer o registro da última página do seu livro "Ética para meu filho" (Ed. Martins Fontes), em que o autor tenta "dar umas dicas" ao seu filho adolescente:
"A boa vida não é algo geral, fabricado em série, ela só se faz sob medida. Cada um deve inventá-la gradualmente, de acordo com sua individualidade, única, irrepetível... e frágil. Na questão de viver bem, a sabedoria ou o exemplo dos outros podem nos ajudar, mas não nos substituir... A vida não é como os remédios, que vêm todos com suas bulas, explicando as contra-indicações do produto e detalhando a dose em que deve ser consumido. A vida nos é dada sem receita e sem bula. A ética não pode suprir totalmente essa deficiência, pois é apenas a crônica dos esforços feitos pelos seres humanos para remediá-la. (....) A única coisa que a ética pode lhe dizer é que você pense e busque por si mesmo , em liberdade, sem ardis: responsavelmente. Tentei ensinar-lhe formas de andar, mas nem eu nem ninguém temos o direito de carregá-lo nas costas. Termino, no entanto, com um último conselho? Uma vez que se trata de escolher, procure uma opção que lhe permita depois o maior número possível de outras opções; não faça uma escolha que o deixe encurralado de cara para a parede. Escolha o que abra: para os outros, para novas experiências, para diversas alegrias. Evite o que o feche e o enterre. Quanto ao mais, boa sorte!(...) Tente não ocupar sua vida em odiar e ter medo!"
Vale a pena a leitura... e a releitura.

sábado, janeiro 06, 2007

O que é o "real" ?

Há uma névoa envolvendo tudo e a todos.E ela não nos permite ver com clareza o que de fato acontece à nossa volta. É uma espécie de "miopia psicossocial". Enxergamos as pessoas e as coisas, mas não as vemos como de fato são. Ouvimos suas palavras mas não conseguimos escutar o que elas têm a dizer. Esta é a sensação quando se observa as pessoas e o mundo, com seus arranjos, seus entrelaçamentos, suas conveniências . Tudo bem maquiado para se sobreviver num mundo que está se esvaziando , está ficando oco, anestesiados pela mentira. Estamos diante do sinal, que está fechado. Para termos tempo de cumprir nossos rituais de banalização, nos anulando diante dos apelos "glamurosos" do consumo e da "telinha". Mas se cruzarmos o sinal, se arriscarmos, conseguiremos nos reinventar e descobrir nossa humanidade no encontro com os outros?

domingo, dezembro 31, 2006

NO ANO NOVO, VIVA O NOVO !!!

Em 2007, deseje muito, mas deseje a sério, sem meias medidas ou meias palavras. Em 2007 viva tudo por inteiro, viva a magia de cada momento.

Garrafas de plástico....


...na África, elas valem ouro. Sim, é verdade. Servem, por exemplo, para solas de sandálias, depois de serem marteladas e aplanadas. São ótimos recipientes para vender óleo e vinho artesanal de palma. Servem para medir com precisão o combustível à venda nas bancas improvisadas que substituem as bombas de gasolina que não existem. E em Pointe-Noire, já no Congo, têm um uso romântico: são enchidas com amendoins descascados, que depois mulheres sentadas na marginal vendem aos namorados que passeiam ao fim da tarde junto ao mar.

Ainda, sobre Saddam....

1) A justiça é sempre a dos vencedores.
2) A pena de morte é uma ilusão.
3) A frase de Bush é pura hipocrisia, de que a democracia iraquiana se alicerça com a morte deste homem (e com a de milhares de outros, mais do que este já matou, ex-aliado do Pai Bush!)
4) Como médico, defendo a vida e não a morte.

A morte de Saddam...


Não consigo esconder meu mal estar. As fotos que mostram Saddam, minutos antes de seu enforcamento, imediatamente despertam um certo tipo de comoção. E não era de supor que a morte de um sanguinário ditador pudesse comover. Isso de algum modo me deixou irritado. Haverá algo de errado com meu sentido ético? Será que perdi meu chão valorativo? Distanciei-me do sentido solidário com as vítimas do ditador? Ou terá diminuído o asco que sinto por qualquer tipo de assassino? De pronto, ao mencionar a palavra "assassino", surge diante de mim a possibilidade de uma explicação para o meu mal-estar: matar, mesmo sob o signo da justiça, não nos transformaria a todos também em assassinos? Matar, não nos tiraria qualquer possibilidade de ostentação do senso civilizatório? Eis uma boa reflexão...talvez um pouco descolada de um dia como este, mas nem por isso menos importante. Afinal de contas, num final de ano, ao desejarmos e comemorarmos mais vida, refletir sobre a morte é um contraponto interessante....

terça-feira, dezembro 26, 2006

...in the middle of the night....

...quem já não acordou no meio da noite querendo de volta o perdido?...

domingo, dezembro 24, 2006

Starry Night - Vincent Van Gogh - Junho de 1889



"Starry, Starry Night"

"Starry starry night, paint your palette blue and grey
Look out on a summer's day with eyes that know the darkness in my soul
Shadows on the hills, sketch the trees and the daffodils
Catch the breeze and the winter chills, in colors on the snowy linen land

Now I understand what you tried to say to me
How you suffered for you sanity How you tried to set them free
They would not listen they did not know how, perhaps they'll listen now

Starry starry night, flaming flowers that brightly blaze
Swirling clouds in violet haze reflect in Vincent's eyes of china blue
Colors changing hue, morning fields of amber grain
Weathered faces lined in pain are soothed beneath the artist's loving hand

For they could not love you, but still your love was true
And when no hope was left in sight, on that starry starry night
You took your life as lovers often do,
But I could have told you, Vincent,
This world was never meant for one as beautiful as you

Starry, starry night, portraits hung in empty halls
Frameless heads on nameless walls with eyes that watch the world and can't forget.
Like the stranger that you've met, the ragged man in ragged clothes
The silver thorn of bloody rose, lie crushed and broken on the virgin snow

Now I think I know what you tried to say to me
How you suffered for you sanity How you tried to set them free
They would not listen they're not listening still
Perhaps they never will."

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Se quiser...

""

Out of season...

God knows how I adore life
When the wind turns on the shores lies another day
I cannot ask for more

When the time bell blows my heart
And I have scored a better day
Well nobody made this war of mine

And the moments that I enjoy
A place of love and mystery
I'll be there anytime

Oh mysteries of love
Where war is no more
I'll be there anytime

When the time bell blows my heart
And I have scored a better day
Well nobody made this war of mine

And the moments that I enjoy
A place of love and mystery
I'll be there anytime

Mysteries of love
Where war is no more
I'll be there anytime


""

"What the bleep do we know?'"

...assisto esse filme/documentário e o acho muito,muito instigante. Ótimo para ser assistido com grupo de amigos e, depois, se fazer um debate acerca das concepções que temos sobre o mundo e a nossa existência nele. A física quântica parece estar a transformar radicalmente o que sabemos sobre o "adoecimento", por exemplo. No Brasil, o filme/documentário foi lançado com o título "Quem somos nós?", pela Playarte. Os interessados podem acessar o site http://whatthebleep.com/whatthebleep ou, para quem não compreende a língua inglesa: http://www.playarte.com.br/Filme/Default.asp?id=25

segunda-feira, dezembro 18, 2006

...é mesmo....

"Que lugar confuso são os olhos, onde se julga conhecer alguém tão bem como a nós mesmos...."

...about loneliness...

...we never feel grief when we lose something that we have alowed to be free, that we have never attempted to possess. Grief is a sign that I made my happiness depend on this thing or person, at least to some extent.

Where there is love there are no demands, no expectations, no dependency. I do not demand that you make me happy; my happiness does not lie in you: if you were to leave me, I will not feel sorry for myself; I enjoy your company immensly, but I do not cling.

Loneliness is not cured by human company. Loneliness is cured by contact with reality...

...rabiscos perdidos......

...mas quem já não fez isso?...de remexer em livros antigos, em papéis amontoados à espera do lixo?...e de se reencontrar com coisas escritas há muito tempo? ...estes "Versos para um mundo sem fome" eu os encontrei datilografados numa folha de ofício. Data: agosto de 1992.

"Para fazer uma poesia
que fale alto ao coração
é preciso inspiração.
Mas precisa muito mais:
é preciso a humildade
de saber que a humanidade
tem mistérios muito grandes;
que por mais que nós pensemos
que um dia chegaremos
às respostas tão ansiadas,
o que só conseguiremos
serão dúvidas, nada mais!

Isso não significa
que não tenhamos que tentar
pois aos homens, o pensar
é o que faz a diferença.
É no campo das idéias
que podemos congregar
as pessoas neste mundo,
onde as contradições
são tão grandes e penosas;
mas é delas que podemos
retirar ensinamentos
que nos possam elevar.

Vejam a fome, por exemplo:
não há um lugar na terra
que ela exista simplesmente.
Tem que haver causa aparente
que explique tanta gente
sem ter o que comer.

Mas se somos racionais
vamos lá, vamos pensar!
Será que aqueles que têm muito
têm tudo isso por destino
ou por algo peculiar?
Será fruto do trabalho
ou de alguém a explorar?

Não é preciso ser um gênio
prá entender que a história
com seus fatos e seus homens
mostra aquilo que alguns sabem
e outros tentam esconder.
É só parar prá refletir
assim podemos definir
quem tomou e quem perdeu
e quem foi que prometeu
ou quem nunca fez cumprir.

Do trabalho vive o homem
dizem os outros por aí.
Mas como é que se explica
pouca gente...e gente rica
com o bom e o melhor
sem saber o que é labuta,
e o operário aqui na luta,
sem dinheiro e na pior?"


Será que não caberiam estes versos "como uma luva" no Fome Zero?

domingo, dezembro 17, 2006

O que não se pode explicar aos normais....

Sobre o amor e o desamor, sobre a paixão,
Sobre ficar, sobre desejar, como saber te amar,
Sobre querer, sobre entender, sem esquecer,
Sobre a verdade e a ilusão,
Quem afinal é você,
Quem de nós vai mostrar realmente o que quer,
Um coração nesse furacão, ilhado onde estiver,
O meu querer é complicado demais,
Quero o que não se pode explicar aos normais,
Sobre o porque de tantos porquês,
E responder
Entre a razão e a emoção eu escolhi você!

""

Parabéns Internacional !

...manhã de domingo. Testemunho a alegria dos "colorados" pela conquista do título de Campeão do Mundo, no Japão. Fico feliz por "eles". Nós gremistas, conhecemos muito bem essa emoção. Como todo o professor que tem um compromisso "pedagógico" com o futebol, o Grêmio - e sua torcida - apenas observa aqueles que percorrem os caminhos já "desbravados". E, como todo bom professor, pensa para si: em certos momentos se ensina como se deve jogar e, em outros, mostra como não se deve fazê-lo. Tarefa de pedagogo, fazer o que?

... uma parte de mim é permanente: outra parte se sabe de repente... (Ferreira Gullar)

Tem momentos em que nos sentimos tão sozinhos, em que parece que o mundo se esqueceu da gente e que ninguém se importa...
Tem momentos em que a dor é tão grande, mas é tão nossa, que ninguém poderia entender...
Tem momentos em que gostaríamos de gritar: “Pára o mundo que eu quero descer!”. Mas ninguém parece nos ouvir...
Tem momentos em que a gente pensa, pensa e não encontra solução para um problema...
Tem momentos .... em que a gente quase se desespera....

Mas nesses momentos, devemos reunir todas as nossas energias e pensar assim: somos como uma folha ao vento, frágeis e incapazes de prever que rumo iremos tomar. Mas, como as folhas ao vento, é exatamente essa imprevisibilidade que nos coloca na condição de sermos livres e, sobretudo, perceber que a vida tem suas próprias leis, que tudo que fazemos volta para nós de alguma maneira e que a melhor coisa a fazer naqueles momentos é acreditar na nossa infinita capacidade de nos reinventarmos, de nos recriarmos e, sobretudo, de entender que são exatamente as quedas que explicam a força da correnteza de um rio...

Não nos preocupemos tanto com os problemas quaisquer que sejam eles. A solução aparece, mais dia ou menos dia. Que tal um sorriso na cara e acreditar?! Que tal viver cada minuto da melhor maneira que se puder?! Por que?! Porque o passado será sempre o mesmo. Porque o amanhã não nos pertence....

O tempo...



"O tempo, meu amigo, me assusta

Porque ele, vem de braços dados

Com a vida que passa tão sôfrega

Anunciando, sem cerimônia,

Que tudo que inicia termina.


O tempo, meu amigo, me apavora

Porque ele, em passos bem largos

Avisa que como a vida, sua irmã,

Não gosta de olhar para trás

Não pára, jamais desanima.


O tempo, meu amigo, me espreita

Porque ele, onipresente que é

Percebe que tento esquece-lo

Mas sei que isso é impossível

Não dá pra parar numa esquina.


O tempo, meu amigo, me condena

Porque ele, ditando suas regras

Tornando finito os meus sonhos

Me mata cada dia um pouco

Me despreza e então me elimina.


O tempo, meu amigo, me enlouquece

Porque ele, ironicamente me mostra

Que tem por companhia o destino

E, juntos, me pregam uma peça

Como se eu carregasse uma sina."