Necessária solidão

"É na solidão, onde cada um está entregue a si mesmo, que se mostra o que se tem em si mesmo.Nela, sob a púrpura, o simplório suspira, carregando o fardo irremovível da sua mísera individualidade, enquanto o mais talentoso povoa e vivifica com os seus pensamentos o ambiente mais ermo." Arthur Schopenhauer

sábado, dezembro 22, 2007

Natal


Tento compreender o que se passa. Mensagens de Natal impregnam o ar, a internet, as rádios, as televisões, as lojas - especialmente estas. Há a sensação de uma inescapável tirania exercida pelo "espírito natalino" que nos leva a sentir que se não nos tocarmos por esse espírito estaremos sendo malévolos, insensíveis, desumanos. Será?! Então eu devo ser tudo isso e talvez um pouco mais, porque não consigo deixar de sentir um certo mal-estar com essa data. Penso se deveria enviar votos de Feliz Natal para todos os meus contatos de e-mail. Mas não soaria falso, especialmente para aqueles que são "amigos virtuais", embora eu deseje o bem de todos, inclusive daqueles que eu não conheço pessoalmente? Seria essa uma boa estratégia para fortalecer a corrente do bem? Ou apenas estaríamos apostando na massificação hipócrita semelhante àquela de uma loja que envia aos seus clientes mensagens belíssimas sobre a paz, a compreensão entre os homens, a tolerância e blá,blá,blá... Mas experimente atrasar sua prestação para ver onde fica a compreensão, a tolerância e a paz!

Não há como não se sentir mal ao refletir sobre isso.
É...devo ser mesmo muito ruim! Ainda assim, reconheço a bondade dos outros e não teria tamanha ingratidão a ponto de recusar os votos de Feliz Natal. Se me desejam o bem, quem sabe eu o alcance. Ademais, para além das formalidades e hipocrisias próprias desta época, existem os sinceros, ainda que expressem seus sentimentos por e-mails. Há também os que amamos e que, no final das contas, terminam por nos envolver em seus mais puros sentimentos. O Natal passa, mas eles permanecem presentes em nossas vidas e em nossos corações. E isso é o mais importante.