Que a vida se faça....
"Há um tipo de tristeza que vem de saber demais, de ver o mundo como ele realmente é. É a tristeza de entender que a vida não é uma grande aventura, mas uma série de pequenos momentos insignificantes; que o amor não é um conto de fadas, mas uma emoção frágil e passageira; que a felicidade não é um estado permanente, mas um vislumbre raro e fugaz de algo que nunca poderemos segurar. E nesse entendimento, há uma profunda solidão, um sentimento de ser separado do mundo, das outras pessoas, de si mesmo."
Esse primor de reflexão, de autoria de Virgínia Wolf, de certa forma capta um pouco da forma que vejo e sinto o mundo e o que há nele . Definitivamente não é uma lamúria, mas apenas a constatação de que estamos irremediavelmente condenados à solidão, aquela da qual nos fala Schopenhauer.
E a solidão é tanto maior quanto mais amplo for o conhecimento da realidade que nos cerca. E, com ela, vem o sofrimento. Mas um "sofrimento positivo" na medida em que este nos conduz à percepção de que estamos vivos. Quem não sofre, está na camada mais superficial da existência, porque demonstra não perceber o mar de iniquidades que nos cerca. Quem nao sofre, tende a fazer da futilidade a sua essência.
De modo que, esse "sofrimento positivo", aquece minha alma, me instiga a buscar novas formas de interagir com o mundo e seguir em frente.
Que a vida se faça, repleta de incertezas, (porque creio que as certezas tendem a, inicialmente nos acomodar para, depois, incomodar) de novas indagações, de vívida interação amorosa, e de uma profunda e intensa reflexão sobre como torná-la mais simples pois, como diria Leonardo Da Vinci: "La semplicità è l'ultima sofisticazione".
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