Necessária solidão

"É na solidão, onde cada um está entregue a si mesmo, que se mostra o que se tem em si mesmo.Nela, sob a púrpura, o simplório suspira, carregando o fardo irremovível da sua mísera individualidade, enquanto o mais talentoso povoa e vivifica com os seus pensamentos o ambiente mais ermo." Arthur Schopenhauer

domingo, dezembro 31, 2006

NO ANO NOVO, VIVA O NOVO !!!

Em 2007, deseje muito, mas deseje a sério, sem meias medidas ou meias palavras. Em 2007 viva tudo por inteiro, viva a magia de cada momento.

Garrafas de plástico....


...na África, elas valem ouro. Sim, é verdade. Servem, por exemplo, para solas de sandálias, depois de serem marteladas e aplanadas. São ótimos recipientes para vender óleo e vinho artesanal de palma. Servem para medir com precisão o combustível à venda nas bancas improvisadas que substituem as bombas de gasolina que não existem. E em Pointe-Noire, já no Congo, têm um uso romântico: são enchidas com amendoins descascados, que depois mulheres sentadas na marginal vendem aos namorados que passeiam ao fim da tarde junto ao mar.

Ainda, sobre Saddam....

1) A justiça é sempre a dos vencedores.
2) A pena de morte é uma ilusão.
3) A frase de Bush é pura hipocrisia, de que a democracia iraquiana se alicerça com a morte deste homem (e com a de milhares de outros, mais do que este já matou, ex-aliado do Pai Bush!)
4) Como médico, defendo a vida e não a morte.

A morte de Saddam...


Não consigo esconder meu mal estar. As fotos que mostram Saddam, minutos antes de seu enforcamento, imediatamente despertam um certo tipo de comoção. E não era de supor que a morte de um sanguinário ditador pudesse comover. Isso de algum modo me deixou irritado. Haverá algo de errado com meu sentido ético? Será que perdi meu chão valorativo? Distanciei-me do sentido solidário com as vítimas do ditador? Ou terá diminuído o asco que sinto por qualquer tipo de assassino? De pronto, ao mencionar a palavra "assassino", surge diante de mim a possibilidade de uma explicação para o meu mal-estar: matar, mesmo sob o signo da justiça, não nos transformaria a todos também em assassinos? Matar, não nos tiraria qualquer possibilidade de ostentação do senso civilizatório? Eis uma boa reflexão...talvez um pouco descolada de um dia como este, mas nem por isso menos importante. Afinal de contas, num final de ano, ao desejarmos e comemorarmos mais vida, refletir sobre a morte é um contraponto interessante....

terça-feira, dezembro 26, 2006

...in the middle of the night....

...quem já não acordou no meio da noite querendo de volta o perdido?...

domingo, dezembro 24, 2006

Starry Night - Vincent Van Gogh - Junho de 1889



"Starry, Starry Night"

"Starry starry night, paint your palette blue and grey
Look out on a summer's day with eyes that know the darkness in my soul
Shadows on the hills, sketch the trees and the daffodils
Catch the breeze and the winter chills, in colors on the snowy linen land

Now I understand what you tried to say to me
How you suffered for you sanity How you tried to set them free
They would not listen they did not know how, perhaps they'll listen now

Starry starry night, flaming flowers that brightly blaze
Swirling clouds in violet haze reflect in Vincent's eyes of china blue
Colors changing hue, morning fields of amber grain
Weathered faces lined in pain are soothed beneath the artist's loving hand

For they could not love you, but still your love was true
And when no hope was left in sight, on that starry starry night
You took your life as lovers often do,
But I could have told you, Vincent,
This world was never meant for one as beautiful as you

Starry, starry night, portraits hung in empty halls
Frameless heads on nameless walls with eyes that watch the world and can't forget.
Like the stranger that you've met, the ragged man in ragged clothes
The silver thorn of bloody rose, lie crushed and broken on the virgin snow

Now I think I know what you tried to say to me
How you suffered for you sanity How you tried to set them free
They would not listen they're not listening still
Perhaps they never will."

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Se quiser...

""

Out of season...

God knows how I adore life
When the wind turns on the shores lies another day
I cannot ask for more

When the time bell blows my heart
And I have scored a better day
Well nobody made this war of mine

And the moments that I enjoy
A place of love and mystery
I'll be there anytime

Oh mysteries of love
Where war is no more
I'll be there anytime

When the time bell blows my heart
And I have scored a better day
Well nobody made this war of mine

And the moments that I enjoy
A place of love and mystery
I'll be there anytime

Mysteries of love
Where war is no more
I'll be there anytime


""

"What the bleep do we know?'"

...assisto esse filme/documentário e o acho muito,muito instigante. Ótimo para ser assistido com grupo de amigos e, depois, se fazer um debate acerca das concepções que temos sobre o mundo e a nossa existência nele. A física quântica parece estar a transformar radicalmente o que sabemos sobre o "adoecimento", por exemplo. No Brasil, o filme/documentário foi lançado com o título "Quem somos nós?", pela Playarte. Os interessados podem acessar o site http://whatthebleep.com/whatthebleep ou, para quem não compreende a língua inglesa: http://www.playarte.com.br/Filme/Default.asp?id=25

segunda-feira, dezembro 18, 2006

...é mesmo....

"Que lugar confuso são os olhos, onde se julga conhecer alguém tão bem como a nós mesmos...."

...about loneliness...

...we never feel grief when we lose something that we have alowed to be free, that we have never attempted to possess. Grief is a sign that I made my happiness depend on this thing or person, at least to some extent.

Where there is love there are no demands, no expectations, no dependency. I do not demand that you make me happy; my happiness does not lie in you: if you were to leave me, I will not feel sorry for myself; I enjoy your company immensly, but I do not cling.

Loneliness is not cured by human company. Loneliness is cured by contact with reality...

...rabiscos perdidos......

...mas quem já não fez isso?...de remexer em livros antigos, em papéis amontoados à espera do lixo?...e de se reencontrar com coisas escritas há muito tempo? ...estes "Versos para um mundo sem fome" eu os encontrei datilografados numa folha de ofício. Data: agosto de 1992.

"Para fazer uma poesia
que fale alto ao coração
é preciso inspiração.
Mas precisa muito mais:
é preciso a humildade
de saber que a humanidade
tem mistérios muito grandes;
que por mais que nós pensemos
que um dia chegaremos
às respostas tão ansiadas,
o que só conseguiremos
serão dúvidas, nada mais!

Isso não significa
que não tenhamos que tentar
pois aos homens, o pensar
é o que faz a diferença.
É no campo das idéias
que podemos congregar
as pessoas neste mundo,
onde as contradições
são tão grandes e penosas;
mas é delas que podemos
retirar ensinamentos
que nos possam elevar.

Vejam a fome, por exemplo:
não há um lugar na terra
que ela exista simplesmente.
Tem que haver causa aparente
que explique tanta gente
sem ter o que comer.

Mas se somos racionais
vamos lá, vamos pensar!
Será que aqueles que têm muito
têm tudo isso por destino
ou por algo peculiar?
Será fruto do trabalho
ou de alguém a explorar?

Não é preciso ser um gênio
prá entender que a história
com seus fatos e seus homens
mostra aquilo que alguns sabem
e outros tentam esconder.
É só parar prá refletir
assim podemos definir
quem tomou e quem perdeu
e quem foi que prometeu
ou quem nunca fez cumprir.

Do trabalho vive o homem
dizem os outros por aí.
Mas como é que se explica
pouca gente...e gente rica
com o bom e o melhor
sem saber o que é labuta,
e o operário aqui na luta,
sem dinheiro e na pior?"


Será que não caberiam estes versos "como uma luva" no Fome Zero?

domingo, dezembro 17, 2006

O que não se pode explicar aos normais....

Sobre o amor e o desamor, sobre a paixão,
Sobre ficar, sobre desejar, como saber te amar,
Sobre querer, sobre entender, sem esquecer,
Sobre a verdade e a ilusão,
Quem afinal é você,
Quem de nós vai mostrar realmente o que quer,
Um coração nesse furacão, ilhado onde estiver,
O meu querer é complicado demais,
Quero o que não se pode explicar aos normais,
Sobre o porque de tantos porquês,
E responder
Entre a razão e a emoção eu escolhi você!

""

Parabéns Internacional !

...manhã de domingo. Testemunho a alegria dos "colorados" pela conquista do título de Campeão do Mundo, no Japão. Fico feliz por "eles". Nós gremistas, conhecemos muito bem essa emoção. Como todo o professor que tem um compromisso "pedagógico" com o futebol, o Grêmio - e sua torcida - apenas observa aqueles que percorrem os caminhos já "desbravados". E, como todo bom professor, pensa para si: em certos momentos se ensina como se deve jogar e, em outros, mostra como não se deve fazê-lo. Tarefa de pedagogo, fazer o que?

... uma parte de mim é permanente: outra parte se sabe de repente... (Ferreira Gullar)

Tem momentos em que nos sentimos tão sozinhos, em que parece que o mundo se esqueceu da gente e que ninguém se importa...
Tem momentos em que a dor é tão grande, mas é tão nossa, que ninguém poderia entender...
Tem momentos em que gostaríamos de gritar: “Pára o mundo que eu quero descer!”. Mas ninguém parece nos ouvir...
Tem momentos em que a gente pensa, pensa e não encontra solução para um problema...
Tem momentos .... em que a gente quase se desespera....

Mas nesses momentos, devemos reunir todas as nossas energias e pensar assim: somos como uma folha ao vento, frágeis e incapazes de prever que rumo iremos tomar. Mas, como as folhas ao vento, é exatamente essa imprevisibilidade que nos coloca na condição de sermos livres e, sobretudo, perceber que a vida tem suas próprias leis, que tudo que fazemos volta para nós de alguma maneira e que a melhor coisa a fazer naqueles momentos é acreditar na nossa infinita capacidade de nos reinventarmos, de nos recriarmos e, sobretudo, de entender que são exatamente as quedas que explicam a força da correnteza de um rio...

Não nos preocupemos tanto com os problemas quaisquer que sejam eles. A solução aparece, mais dia ou menos dia. Que tal um sorriso na cara e acreditar?! Que tal viver cada minuto da melhor maneira que se puder?! Por que?! Porque o passado será sempre o mesmo. Porque o amanhã não nos pertence....

O tempo...



"O tempo, meu amigo, me assusta

Porque ele, vem de braços dados

Com a vida que passa tão sôfrega

Anunciando, sem cerimônia,

Que tudo que inicia termina.


O tempo, meu amigo, me apavora

Porque ele, em passos bem largos

Avisa que como a vida, sua irmã,

Não gosta de olhar para trás

Não pára, jamais desanima.


O tempo, meu amigo, me espreita

Porque ele, onipresente que é

Percebe que tento esquece-lo

Mas sei que isso é impossível

Não dá pra parar numa esquina.


O tempo, meu amigo, me condena

Porque ele, ditando suas regras

Tornando finito os meus sonhos

Me mata cada dia um pouco

Me despreza e então me elimina.


O tempo, meu amigo, me enlouquece

Porque ele, ironicamente me mostra

Que tem por companhia o destino

E, juntos, me pregam uma peça

Como se eu carregasse uma sina."