Amizades acabam por causa de política? (*)
(*) autoria desconhecida
"É na solidão, onde cada um está entregue a si mesmo, que se mostra o que se tem em si mesmo.Nela, sob a púrpura, o simplório suspira, carregando o fardo irremovível da sua mísera individualidade, enquanto o mais talentoso povoa e vivifica com os seus pensamentos o ambiente mais ermo." Arthur Schopenhauer
João Gilberto e seu Lamborghini
Foi, e tem sido, uma grande satisfação o convívio com vocês. Espero ter conseguido dar uma singela contribuição à difícil missão de formar médicos, no amplo sentido que essa palavra evoca. Sobre muitos temas conversamos. Todos com uma clara intenção: lembrá-los de que o exercício da Medicina é uma arte. Arte enquanto se defronta com situações que extrapolam o campo da técnica e da ciência; arte enquanto lida com pessoas em grande parte fragilizadas física e emocionalmente; arte enquanto verifica a subjetividade no encaminhamento da solução, cujo alcance, por vezes, passa pela escolha e decisão entre vários rumos possíveis.
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A PONTE from joaowainer.com on Vimeo.
Com essas palavras é finalizada a apresentação de um vídeo no qual uma reportagem do jornal televisivo "Bom Dia Brasil", da TV Globo, mostra o custo de um parlamentar no Brasil quando comparado a outros países. De fato, é algo de indignar qualquer um. Sobre o vídeo referido e sobre as palavras que o encerram é que quero comentar:
Se é verdade que a vida é feita de momentos e que estes devem ser vividos com toda a intensidade, eis uma experiência ímpar: ouvir o que tem a nos dizer esse pensador polonês e, nas suas palavras, buscar ensinamentos. Tenho a convicção de que serão trinta minutos bastante apreciados...
A completa banalização de nossas vidas e sua transformação num mero exercício de sobrevivência é o grande perigo que enfrentamos se não nos dispusermos à reflexão sincera sobre nossa condição de seres humanos. Tanto faz viver numa pequena cidade ou numa metrópole, poderemos facilmente, se assim permitirmos e se não estivermos atentos, nos colocar numa posição de completa alienação e de simples espectadores do mundo.
Depois de um longo período de, digamos, "recesso bloggeiro", estou aqui outra vez. Não que estivesse num processo de hibernação intelectual. Ao contrário. A efervescência das idéias, das observações, das reflexões, sempre estiveram presentes. Não por diletantismo mas pela necessidade. A vida acadêmica ajuda um pouco, embora, se não tomarmos cuidado alí também a mediocridade pode nos inundar, como as "águas de novembro". Mas, enfim....volto a registrar neste espaço, às vezes intimista é verdade, minhas impressões do mundo que conheço e daquele que busco desvendar. Se isso puder provocar noutrem algum tipo de interrogação, já me darei por satisfeito. Porque precisamos, muito mais do que respostas, é de boas perguntas...
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"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente."
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Dori me Sinta minha dor
Interi mo, Adapare Absorve-me, Toma-me
Dori me Sinta minha dor
Ameno, Ameno Liberta-me, Liberta-me
Lantire, Lantire mo Descubra-me , Descubra meus sinais
Dori me Sinta minha dor
Ameno, Omenare, imperavi Suaviza (esta dor), Conforta-me
Ameno, Dimere, dimere Perceba, perceba
Mantiro, Mantire mo Mutilaram-me, Machucaram-me
Ameno Liberta-me
Omenare, imperavi emulari Suaviza (esta dor), Conforta-me
Ameno Liberta-me
Omenare, imperavi emulari Suaviza (esta dor), Conforta-me
Ameno, Ameno dore Liberta-me, Ameniza a dor
Ameno dori me Ameniza minha dor
Ameno dori me Ameniza minha dor
Ameno, Dom Liberta-me, Senhor
Dori me, Reo Alivia minha dor, Rei
Ameno dori me Ameniza minha dor
Ameno dori me Ameniza minha dor
Dori me, Dom Tira-me esta dor, Senhor
Dá realmente o que pensar a forma pela qual a grande mídia tratou o trágico acidente da TAM. Sôfregos, e apriorísticos como lhes convém, não vacilaram em tentar inculcar na opinião pública a idéia de que "a culpa é do governo Lula". Tão esdrúxula quanto estúpida, o fato é que essa tese foi sendo construída de uma forma que faria inveja ao Dr. Goebbels. Os "bocas de aluguel" não perderam tempo em agradar aos seus patrões, dizendo e escrevendo coisas sem a menor fundamentação. Tudo em nome da "liberdade" de uma imprensa que, de tão hipócrita e comprometida com a pecúnia, por suas atitudes faz exatamente o jogo daqueles que, intimamente, querem e semeiam a antítese da "liberdade".
Hoje, 2 de agosto, meu pai completou 90 anos de idade. E fatos como esse não ocorrem a todo momento, embora a expectativa média de vida tenha aumentando ao longo das últimas décadas. Ao telefonar-lhe, para desejar os parabéns, antes pensei com os meus botões: O que dizer para alguém que completa 90 anos, especialmente sendo essa pessoa o seu pai?!
"Seu Afonso" mora em Santa Maria - RS, com minha mãe, "Dona Jurema", que completará 83 anos de idade em 16 de dezembro próximo. Há cerca de 25 anos, deixei Santa Maria e vim trabalhar em Santa Catarina. Há 25 anos, portanto, tenho acompanhado à distância o seu envelhecer. Mesmo quando convivi com meu pai, fiquei sempre com a sensação de que esse homem representava um enigma: sempre muito severo com seus 13 filhos, implacável quando o assunto era disciplina, o taura parecia não estar escutando quando se lhe dirigia a palavra, como se seus filhos não merecessem a reverência da escuta. De origem extremamente humilde, nascido em 1917 no interior de Dom Pedrito - RS, no meio de uma prole de 12 irmãos, aos 18 anos entrou para o exército, “por necessidade”, como faz questão de lembrar. Aos 21 anos, como cabo do exército, comprometeu grande parte de seu salário para comprar “à prestação” uma coleção inteira dos “Sermões do Padre Antonio Vieira”, livros cuja erudição não era exatamente o que se esperaria encontrar num “homem da caserna”. Sempre atento e fazendo um grande esforço para atender à função de provedoria que naqueles tempos se exigia de um pai, conseguiu garantir a oportunidade do “estudo” a todos os seus 13 filhos.
Estão vivas nas minhas lembranças da infância, as tardes chuvosas de inverno em que, num galpão que havia nos fundos de nossa casa, eu o auxiliava a “compactar” o couro que seria utilizado para a feitura dos calçados que usaríamos. Ou então, aquelas duras tardes em que o café com farinha de mandioca substituíam o leite e o pão....
Não tivemos muitas oportunidades de aprofundar nossas conversas ao ponto desejável em que pai e filho se encontram para compartilhar suas angústias e se ver na sua condição de seres humanos que sonham e que lutam. E por isso mesmo, não se dão as oportunidades de reconhecerem suas imperfeições e suas limitações. Ou nem mesmo de se alegrarem com seus acertos.
Por essa razão, meu pai, neste dia em que festejas teu nonagésimo aniversário deixo-te esta carta: uma adaptação de um texto de Augusto Cury, em seu livro “O Futuro da Humanidade” que, aliás, foi presente que você me deu no dia do meu aniversário, talvez numa inveja positiva, porém subliminar, do pai que recebeu essa carta de seu filho Marco Pólo, personagem principal do romance:
“Desculpe-me pelas atitudes que tomei. E também pelas que deixei de tomar. Sei que algum dia posso ter te ferido por minhas críticas precipitadas. Perde-se muito tempo julgando. Eu tenho a impressão de que não o conheço interiormente, embora tenha vivido com você durante tantos anos. Fomos quase estranhos morando na mesma casa. Mas podemos apostar que o tempo ainda nos permita esse conhecimento? Gostaria de saber quem realmente você é, quais foram as lágrimas que você não chorou, quais foram os dias mais tristes da sua história e quais foram os desafios que você nunca teve a coragem ou a oportunidade de me contar?! Gostaria de poder retroceder no tempo para ouvir a tua história, teus projetos, teus sonhos, tuas derrotas. Tenho certeza que seria fascinante. Tenho muitos defeitos, assim como você certamente tem. Mas hoje quero esquecê-los. Quero só lembrar de tuas qualidades, te desejar Feliz Aniversário e te pedir uma nova chance de ser teu amigo.”
"You must remember this,
Com o Passar do Tempo
(As time goes by)
E quando dois amantes namoram
Eles ainda dizem eu te amo
Nisso você pode confiar
Não importa o que o futuro traga
Com o passar do tempo
Luar e canções de amor
Nunca serão obsoletos
Corações enchem-se de paixões
Ciúme e ódio
Mulher precisa de homem
E o homem deve ter sua companheira
Que ninguém pode negar
Ainda é a mesma história
Um combate por amor e glória
Um caso de fazer ou morrer
O mundo sempre dará boas-vindas aos amantes
Com o passar do tempo.
...aproveito para fazer o registro da última página do seu livro "Ética para meu filho" (Ed. Martins Fontes), em que o autor tenta "dar umas dicas" ao seu filho adolescente:
Há uma névoa envolvendo tudo e a todos.E ela não nos permite ver com clareza o que de fato acontece à nossa volta. É uma espécie de "miopia psicossocial". Enxergamos as pessoas e as coisas, mas não as vemos como de fato são. Ouvimos suas palavras mas não conseguimos escutar o que elas têm a dizer. Esta é a sensação quando se observa as pessoas e o mundo, com seus arranjos, seus entrelaçamentos, suas conveniências . Tudo bem maquiado para se sobreviver num mundo que está se esvaziando , está ficando oco, anestesiados pela mentira. Estamos diante do sinal, que está fechado. Para termos tempo de cumprir nossos rituais de banalização, nos anulando diante dos apelos "glamurosos" do consumo e da "telinha". Mas se cruzarmos o sinal, se arriscarmos, conseguiremos nos reinventar e descobrir nossa humanidade no encontro com os outros?
Em 2007, deseje muito, mas deseje a sério, sem meias medidas ou meias palavras. Em 2007 viva tudo por inteiro, viva a magia de cada momento.
1) A justiça é sempre a dos vencedores.
...quem já não acordou no meio da noite querendo de volta o perdido?...
God knows how I adore life
...assisto esse filme/documentário e o acho muito,muito instigante. Ótimo para ser assistido com grupo de amigos e, depois, se fazer um debate acerca das concepções que temos sobre o mundo e a nossa existência nele. A física quântica parece estar a transformar radicalmente o que sabemos sobre o "adoecimento", por exemplo. No Brasil, o filme/documentário foi lançado com o título "Quem somos nós?", pela Playarte. Os interessados podem acessar o site http://whatthebleep.com/whatthebleep ou, para quem não compreende a língua inglesa: http://www.playarte.com.br/Filme/Default.asp?id=25
"Que lugar confuso são os olhos, onde se julga conhecer alguém tão bem como a nós mesmos...."
...we never feel grief when we lose something that we have alowed to be free, that we have never attempted to possess. Grief is a sign that I made my happiness depend on this thing or person, at least to some extent.
...mas quem já não fez isso?...de remexer em livros antigos, em papéis amontoados à espera do lixo?...e de se reencontrar com coisas escritas há muito tempo? ...estes "Versos para um mundo sem fome" eu os encontrei datilografados numa folha de ofício. Data: agosto de 1992.
Sobre o amor e o desamor, sobre a paixão,
...manhã de domingo. Testemunho a alegria dos "colorados" pela conquista do título de Campeão do Mundo, no Japão. Fico feliz por "eles". Nós gremistas, conhecemos muito bem essa emoção. Como todo o professor que tem um compromisso "pedagógico" com o futebol, o Grêmio - e sua torcida - apenas observa aqueles que percorrem os caminhos já "desbravados". E, como todo bom professor, pensa para si: em certos momentos se ensina como se deve jogar e, em outros, mostra como não se deve fazê-lo. Tarefa de pedagogo, fazer o que?
Tem momentos em que nos sentimos tão sozinhos, em que parece que o mundo se esqueceu da gente e que ninguém se importa...
Porque ele, vem de braços dados
Com a vida que passa tão sôfrega
Anunciando, sem cerimônia,
Que tudo que inicia termina.
O tempo, meu amigo, me apavora
Porque ele, em passos bem largos
Avisa que como a vida, sua irmã,
Não gosta de olhar para trás
Não pára, jamais desanima.
O tempo, meu amigo, me espreita
Porque ele, onipresente que é
Percebe que tento esquece-lo
Mas sei que isso é impossível
Não dá pra parar numa esquina.
O tempo, meu amigo, me condena
Porque ele, ditando suas regras
Tornando finito os meus sonhos
Me mata cada dia um pouco
Me despreza e então me elimina.
O tempo, meu amigo, me enlouquece
Porque ele, ironicamente me mostra
Que tem por companhia o destino
E, juntos, me pregam uma peça
Como se eu carregasse uma sina."